Doenças venéreas e sexualmente transmissíveis são um incômodo de grande parte da população mundial. De acordo com órgãos de saúde brasileiros, as DSTs atingem mais de 10 milhões de pessoas anualmente somente aqui. A gonorreia é uma das que da mais trabalho para os infectados e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a OMS, pelo menos 1,5 milhão de pessoas são infectadas com a doença anualmente no Brasil. E uma das formas mais comuns de se tratar a gonorreia é se fazendo o uso da doxiciclina, um antibiótico responsável pelo combate de diversas infecções, entre elas, de acordo com a bula do próprio medicamento, a febre das montanhas rochosas, febre tifoide, febre q, varíola, isso para citar algumas outras além da gonorreia.

A doxiciclina faz parte de parte do grupo de medicamentos, mais especificamente, antibióticos conhecido como tetraciclinas e tem como a principal área de atuação agentes infeciosos que sejam sensíveis ao princípio ativo do próprio medicamento. Ao se começar o tratamento com a doxiciclina ela impede o crescimento, a nutrição e, portanto o desenvolvimento e a reprodução dos agentes infecciosos, ajudando o corpo humano a ter forças para se defender e destruir os invasores causadores de doenças. O tempo mínimo para a ação do remédio após o início do tratamento é de normalmente quatro a cinco dias, portanto, caso o médico indique o uso da doxiciclina é possível ainda sentir os sintomas das doenças por algum, embora curto, período de tempo.

A bula da doxiciclina lista uma enorme lista de ação do medicamento, no entanto, os principais são a gonorreia, clamídia, linfogranuloma venéreo, infecções uretrais e retais que sejam consideradas não complicadas, caso se deem em adultos, uma infecção que ocorre nos testículos e no epidídimo, um ducto responsável pelo transporte do sêmen no corpo masculino, chamada de orquiepididimite, além dos primeiros estágios da doença de Lyme e no tratamento da leptospirose, malária e cólera. A ficha de dados da doxiciclina informa que o medicamento pode ser utilizado ainda de forma coadjuvante, ou seja, sendo o auxiliar de outros medicamentos durante o tratamento de amebíase intestinal aguda e no tratamento para as temidas acnes.

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Modo de usar

Com algumas diferenças em relação aos outros medicamentos do mesmo grupo, as tetraciclinas, a doxiciclina é administrada ingerindo-se um comprimido via oral e não possui nenhuma alteração caso seja acompanhada de outros alimentos ou leite. De acordo com a bula do remédio, os medicamentos desse grupo, o que inclui a doxiciclina, são imediatamente absorvidos pelo corpo humano e se ligam às proteínas plasmáticas das células. A partir daí são concentradas pelo fígado na bile e depois eliminadas nas fezes e na urina.

Normalmente a indicação padrão dos médicos em relação a doxiciclina, que também é respaldada pela bula do medicamento é que adultos usem 200 mg no primeiro dia do tratamento em uma única dose e nos dias subsequentes façam uso de 100 mg a cada doze horas, por tempo determinado pelo médico. Por fim, a última parte do tratamento é tomar 100 mg a cada dia também por 12 horas, por tempo determinado pelo médico. Vale se atentar para o fato de que uma dosagem superior à indicada pelo médico pode causar um aumento na possibilidade e até mesmo na frequência de efeitos colaterais e reações adversas.

A recomendação médica padrão é que o uso da doxiciclina seja continuado durante 24 a 48 horas depois que os sintomas das doenças desapareçam. Além disso, caso o uso do medicamento seja indicado para pessoas que foram infectadas com bactérias da espécie estreptococo, a indicação é que o tratamento dure 10 dias após o desaparecimento de sintomas para que o paciente não seja acometido de febre reumática, uma doença que tem como principal fonte de atuação as válvulas do coração ou a glomerulonefrite, uma inflamação que atinge os néfrons, ou seja, a parte que faz a filtragem de sangue no rins.

Caso o medicamento seja indicado para o tratamento de infecções mais graves, tendo como principal expoente as infecções genitais do trato urinário, normalmente os médicos indicam uma administração de doses únicas diárias de 200 mg de doxiciclina por todo o todo o tempo definido pelo médico. Novamente, a ingestão de uma quantidade superior do medicamento à que seja indicada pelo médico pode causar uma série de reações adversas no paciente. Uma das recomendações presentes na bula do medicamento é que a doxiciclina seja acompanhada de uma ingestão de quantidade adequada de líquidos para evitar que haja qualquer tipo de irritação no estômago do paciente. Caso haja essa complicação gástrica é recomendado que o paciente passe a tomar o comprimido da doxiciclina com leite e acompanhado de outros alimentos..

É possível que o paciente se esqueça de tomar a doxiciclina na hora indicada pelo médico, esse comportamento não é aconselhável, muito menos indicado, no entanto, é passível de se ocorrer e a bula tranquiliza os pacientes quanto a isso. É aceito que o medicamento seja consumido na hora que o paciente se lembrar de continuar o tratamento. No entanto, caso já esteja próximo do horário de tomar o seguinte, a bula aconselha a deixar a dose esquecida de lado e continuar com a seguinte no horário indicado. É explicitamente proibido que um paciente tome dois comprimidos de doxiciclina ao mesmo tempo para tentar compensar o esquecido. Caso um paciente torne a prática de esquecer o medicamento constante e seguir para o próximo horário o tratamento não irá correr da forma indicada e, portanto, não é garantido a superação completa e correta da doença que o esteja acometendo.

A indicação da bula em casos de superdosagem por parte do paciente é que o medicamento seja imediatamente cortado e as medidas de suporte e auxílio sejam imediatamente seguidas, de acordo com o aconselhamento do médico. É fundamental que em casos de superdosagem o médico seja imediatamente informado. Um dos procedimentos padrão para esses casos é a lavagem estomacal.

Doxiciclina no tratamento da sífilis e da gonorreia

Um dos usos mais importantes e mais comuns da doxiciclina é no tratamento contra a sífilis, uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns do mundo. A DST é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum e é considerada infecciosa, pois é passada de quem esteja infectado para outro através do contato sexual. A OMS estima que cerca de 940 mil casos de sífilis ocorram no Brasil todos os anos com a população sexualmente ativa.

Apesar de ser comum e altamente infecciosa, a sífilis possui um tratamento fácil e simples: a penicilina, no entanto, existem alguns casos que o paciente possua uma alergia ou o médico entenda que o tratamento com a doxiciclina seja mais indicado e irá funcionar da forma mais correta, não se utilizando, portanto, do antibiótico mais antigo do mundo. Em casos como esse a doxiciclina na sua forma de comprimido 100 mg é o que os médicos indicam para os seus paciente. Normalmente a posologia do medicamento é feita através de via oral a cada 12 horas por cerca de 15 dias, quando a doença sexualmente transmissível é descoberta em estágios inicias e durante 30 dias quando a doença está em estágios mais tardios e avançados.

Já no tratamento com a gonorreia os médicos costumam indicar o uso da doxiciclina também em 100 mg duas vezes ao dua durante cerca de sete dias. Caso o médico ache necessário, a quantidade de dias quanto a concentração dos medicamentos podem ser alterados, portanto, não é indicado que se tome nenhum desses medicamentos sem o acompanhamento ou indicação médica.

Contraindicações

A doxiciclina não é indicada para nenhum paciente que demonstre algum tipo de alergia ou hipersensibilidade a própria doxiciclina ou a nenhum outro componente da fórmula do medicamento. O remédio também não é indicado para pacientes que possuam qualquer tipo de alergia a componentes padrões de outros medicamentos do grupo das tetraciclinas. O medicamento também não é indicado sob nenhuma forma para pacientes com menos de oito anos.

Durante a consulta é preciso informar ao médico caso o paciente esteja tomando algum outro medicamento, pois existe a possibilidade de alguns outros fármacos interferirem na atuação da doxiciclina, podendo gerar efeitos colaterais e problemas para o paciente. Como o fígado é o local onde o medicamento se concentra no corpo humano, caso o paciente possua algum tipo de condição hepática grave o médico deverá ser informado.

É estritamente proibida a venda do remédio sem a prescrição médica.

Efeitos colaterais

Pacientes que estava sob o tratamento com as tetraciclinas, o que inclui a doxiciclina apresentaram alguns efeitos colaterais, que embora reversíveis, precisaram de algum tipo de atenção. Alguns deles, mais graves, foram, a diminuição do número das plaquetas e a anemia hemolítica, decorrente dessa diminuição. Além da diminuição dos neutrófilos, uma célula presente no corpo humano, responsável pela defesa no sistema imunológico.

Os pacientes submetidos ao medicamento também apresentaram dores de cabeça, vermelhidão nas mãos e na região das bochechas, inchaços relacionados à reações alérgicas, diminuição da pressão arterial, taquicardia e urticária, além de outros.

O médico deverá ser consultado caso o paciente demonstre qualquer um desse tipo de reações ou outras mais complicadas.