As doenças sexualmente transmissíveis são um tipo de infecção extremamente comum na população sexualmente ativa e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, OMS, cerca de dez milhões são acometidas desse mal todos os anos somente no Brasil. As DSTs se proliferam com o aumento da população sexualmente ativa que não faz uso de nenhum tipo de proteção, como o, por exemplo, a camisinha – um dos métodos mais seguros para evitar qualquer tipo de contaminação por DSTs.

Por conta da fácil proliferação – normalmente é preciso realizar atos sexuais com um parceiro, seja de sexos diferentes ou iguais – para estar contaminado pelas temíveis DSTs que elas são um dos terrores de quem é sexualmente ativo.

Uma das doenças mais comuns do mundo é a Herpes e, de acordo com pesquisas, cerca de 90% da população mundial está contaminada com algum tipo da doença, seja labial ou a genital. Por conta dessa alta quantidade de pessoas com a doença, são muito comuns questionamentos do tipo ‘o que é a herpes?’ ou, ‘é possível viver tranquilamente estando infectado com o herpes?’ e ainda ‘quais são as causas do herpes?’.

O que há nesta página:

O que é Herpes?

Por ser uma das doenças mais comuns do mundo, um grande questionamento que a maioria das pessoas tem é o que é a herpes.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a herpes é uma infecção viral contagiosa simples, ou seja, normalmente a doença é considerada benigna, causada pelo vírus HSP (vírus do herpes simples humanos). A doença é caracterizada por diversas e pequenas ulcerações nas mucosas dos lábios ou dos genitais.

De forma geral, pesquisas apontam que cerca de 90% de toda a população mundial está infectada com algum tipo do herpes, no entanto, não é preciso ficar preocupado, afinal, existem oito tipo de doenças diferentes que são causadas pelo vírus da família do herpes. A catapora e a mononucleose também são doenças causadas por essa família viral.

O herpes propriamente dita possui dois tipos de variação, a genital e a labial. No caso da segunda, a maioria das pessoas tem o contato ainda enquanto são crianças, no entanto a doença não aparece durante essa época da vida. Nesses casos, o vírus pode ser reativado tardiamente e alguns dos fatores que podem trazer de volta a infecção são: alta exposição à luz do Sol, cansaço físico e mental extremo, estresse e alguns tipos de infecção que conseguem diminuir a atuação do sistema imunológico.

No final das contas, existem dois tipos de HSV, o tipo número 1 é o responsável pelas ulcerações orais, além de causar febre, cansaço e dores de cabeça. Essa forma viral pode ser transmitida através do beijo ou contato com genitais contaminados, além do uso compartilhado de objetos como lâminas de barbear, toalhas e talheres. Por conta da capacidade de ficar em estado latente, ou seja, estar “adormecido” no hospedeiro, muitas pessoas podem contrair a herpes labial e só desenvolver depois de algum tempo.

O segundo tipo viral do HSV é o causador das lesões nos órgãos sexuais conhecida comumente como herpes genital. As feridas doloridas normalmente aparecem na glande, a parte conhecida como “cabeça” do pênis e trazem consigo muita sensibilidade e dor. Uma das formas de contaminação é através do sexo oral e caso o parceiro possua herpes labial do tipo 1 é bem possível que a contaminação seja feita – normalmente 10% dos casos de contaminação de herpes genital vem dessa fonte.  Nos outros 90% a herpes é transmitida através do contato sexual desprotegido feito por com algum parceiro infectado. E detalhe, não é preciso que este parceiro esteja manifestando a doença no momento para que haja a contaminação do outro.

A herpes é uma doença que não possui cura, portanto, quem possui o vírus está fadado a conviver com ele pelo resto da vida. No entanto, existem remédios e tratamentos que visam ajudar o hospedeiro a conviver tranquilamente com a infecção.

Causas e Transmissão da Herpes?

Por se tratar de uma infecção viral, a Herpes é adquirida por algum indivíduo quando ele tem o contato direto com alguma pessoa infectada – ou um objeto que o infectado teve contato recentemente, como no caso da herpes labial, que pode ser adquirida através do contato com lâminas de barbear ou talheres e toalhas. A doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra mesmo que ela esteja ainda no seu estágio latente, ou seja, não manifesto nas feridas e outros sintomas.

Conforme já informado, a herpes possui dois tipo virais, chamados de HSV-1 e HSV-2. A probabilidade é de que cerca de 90% das pessoas tiveram contato com o primeiro tipo e 20% da população com o segundo.

Os dois diferem nas áreas de atuação e na forma de transmissão.

O HSV-1 é conhecido por ser o vírus da herpes simples. A sua manifestação acontece como feridas e ulcerações na mucosa labial e tem sua principal forma de transmissão é através da saliva entre uma pessoa que esteja infectada e outra que não esteja. Além disso, esse tipo viral pode ser transmitido através do contato do rosto de uma pessoa não infectada com áreas que foram tocadas pelo rosto e lábios de pessoas infectadas. Os talheres, toalhas e lâminas de barbear quando compartilhados são a principal forma de transmissão do HSV-1.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, os sintomas da herpes labial costumam aparecer em cerca de 50% dos infectados anualmente. Além disso, a Sociedade informa que entre 5 e 10% dos portadores do vírus manifesta pelo menos seis crises de herpes labiais todos os anos.

Após entrar em contato com a mucosa labial de uma pessoa não infectada, o vírus da herpes invade os terminais nervosos localizados na região labial e assim infecta as células presentes no gânglio nervoso trigeminal. O sistema imunológico, responsável pela defesa do corpo humano, consegue eliminar a presença do vírus na boca, portanto, a partir daí, não consegue mais detectar o vírus que está alocado nos terminais nervosos. Por conta de estresse e doenças que diminuem a capacidade de defesa do corpo, o vírus pode eclodir causando as feridas na boca.

A contaminação com a herpes genital – geralmente através do tipo viral HSV-2 – acontece de forma muito semelhante com a da labial. Primeiro há o contato sexual de uma pessoa infectada com outra que não esteja sem a devida proteção e, então, há a contração do vírus.

Ao mesmo tempo em que o vírus se instala na mucosa genital ocorre também a invasão dos terminais nervosos sensitivos e, em seguida, nas células dos gânglios lambosacrais. Semelhante ao tipo 1, esse também fica em estado latente sem se reproduzir não podendo ser detectados pelos anticorpos do sistema humano após a destruição dos corpos virais presentes na mucosa. Os surtos podem acontecer constantemente ou muito serem de uma ocorrência extremamente rara.

É dito que geralmente é transmitido pelo tipo viral HSV-2 porque caso um parceiro tenha herpes labial, causada pelo tipo 1, e fizer sexo oral em um parceiro não infectado, a doença na região genital irá surgir a partir desse mesmo tipo viral. Esses casos, no entanto, são de baixa frequência, apresentando-se somente em apenas 10% dos casos em que há a contaminação por herpes.

É importante manter em mente que qualquer um dos tipos virais da herpes podem ser transmitidos sem a ausência

Sintomas

Por não ter um período de aparecimento constante nem certo de quando vai ser, a maioria das pessoas que estão infectadas com o vírus da herpes não possuem nenhum tipo de sintoma relacionado à doença.

No entanto, quando manifestada, a herpes apresenta alguns sintomas incômodos para os portadores do vírus. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, há dois tipos da infecção pela doença, a primária, quando o paciente teve seu primeiro caso relatado da doença, nunca tendo contato anterior com nenhum dos dois tipos virais causadores da herpes.  Após a infecção primária, no entanto, o vírus permanece nos terminais nervosos seja da boca ou da região genital, aparecendo de vez em quando dependendo das condições de estresse emocional ou de saúde do paciente. A herpes recidivante, ou seja, que aparece outras vezes, não é tão grave quanto a primeira e os sintomas da doença costumam durar menos tempo.

A doença tem por característica principal o surgimento de pequenas ulcerações que se agrupam “como um cacho de uva”, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Essas pequenas feridas normalmente aparecem com uma sensação de queimação, dormência ou dor, nas áreas infectadas, seja na boca ou nos órgãos sexuais.

As feridas são o principal sintoma da doença, no entanto, a doença pode ser acompanhada de febre, dor de cabeça, presença de dor ao urinar, o surgimento de ínguas, ou seja, o aumento nos gânglios próximos às regiões de infecção. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, quando a doença depois da infecção primária esses sintomas costumam aparecer de forma mais branda, isso se aparecerem.

Em raras ocasiões a herpes pode levar a problemas mais complicados, como por exemplo a queratoconjutivite, que é um ressecamento prolongado dos olhões e que pode levar a uma inflamação conjunta na córnea e da conjuntiva e, em casos ainda mais raros, levar à cegueira. Além disso, a herpes pode causar encefalia, a inflamação aguda do encéfalo, que pode levar a convulsões e problemas psiquiátricos. Quando a herpes chega a causar esses problemas, ela se torna altamente mortal, com apenas 30% dos casos não terminando em morte. Dentro dos sobreviventes, apenas 20% não apresentou nenhum tipo de sequela psicológica.

O tratamento da herpes

Por se tratar de uma doença extremamente comum, o tratamento da herpes labial ou genital também é bastante simples e bem difundido. Assim que o paciente demonstrar qualquer um dos sintomas da doença, principalmente as ulceras, deve se reportar a um médico. Os médicos que estão aptos a fazerem o tratamento da DST passam desde o clínico geral, infectologista ao urologista.

No caso da herpes labial, muitas vezes os tratamentos costumam ser através do uso de pomadas para o auxílio da cicatrização das feridas. No entanto, pessoas que demonstrem os sintomas por muito tempo, em especial aqueles que estão infectados e demonstrando a herpes na boca pela primeira vez, normalmente tem o tratamento acompanhando de antibióticos e antivirais.

Já para a herpes genital os principais objetivos são evitar que a doença se espalhe pelo resto do corpo do paciente, ajudar na cicatrização e na cura daquele surto, já que a doença não possui uma cura conhecida até o momento e o auxilio para evitar que complicações mais graves surjam. Diferentemente da herpes labial, basicamente o tratamento da herpes genital é feito através do uso de medicamentos, tais como o Aciclovir e a Azitromicina.

O uso desses medicamentos ajuda a diminuir a dor, as coceiras e o desconforto, de forma geral, que surgem durante os surtos de infecção.

Um conselho médico é que para os pacientes que não estão tendo o primeiro surto de herpes genital, o tratamento com os antibióticos já deve começar imediatamente no momento em que forem sentidos os formigamentos, coceiras e dores na região genital ou no instante que o paciente perceber o surgimento das pequenas ulcerações.

Além do tratamento quando as feridas surgem, existe um tipo de tratamento preventivo para quem ter muitas crises ao longo do ano. Os médicos aconselham o uso dos medicamentos por algum tempo para evitar que a herpes volte a acontecer.

No entanto, é muito importante notar que somente o médico pode passar a quantidade certa ou o medicamento adequado para cada situação. Portanto é fundamental que o paciente, assim que sentir que está com herpes se dirija imediatamente ao médico.

Como se faz a prevenção?

Por se tratar de uma doença sexualmente transmissível, a herpes genital é transmitida através do contato sexual com parceiros infectados. Uma forma simples de saber se está correndo risco é conhecer o seu parceiro e saber do seu histórico de doenças, no entanto, existem duas situações possíveis: é um parceiro ocasional, que não tem como saber desse histórico ou o parceiro pode estar infectado e nunca demonstrou nenhum sintoma e não sabe que possui o vírus hospedado dentro de si.

Nesses casos, a melhor forma de se proteger contra a herpes genital é utilizando camisinha, seja na hora da penetração, vaginal ou anal, ou até mesmo na hora do sexo oral. Independente da possível desculpa do seu parceiro, de incômodo ou da diminuição do prazer, a segurança vem em primeiro lugar.

No caso da herpes labial, uma forma simples de se proteger é, além de também conhecer o seu parceiro, não dividir objetos de uso pessoal com amigos ou familiares. Sejam lâminas de barbear ou garfo e até toalhas, não é aconselhável que sejam compartilhados.

E em casos que não é possível conhecer o histórico de doenças de parceiro, por se tratar de uma ficada ocasional, o contágio tem maiores chances de acontecer.

O que eu deveria fazer caso eu achar que tenha Herpes?

Caso uma pessoa demonstre qualquer tipo dos sintomas da herpes apresentados anteriormente, a melhor coisa a se fazer é se dirigir imediatamente ao médico. Após anos de estudo, os médicos são a melhor forma de auxiliar no diagnóstico e tratamento de doenças. No caso específico da herpes, é possível visitar um clínico geral, um infectologista ou um urologista no caso da herpes genital.

Infecções por DSTs são extremamente comuns, portanto, durante a consulta médica, não há motivo para ter vergonha e omitir informações que sejam importantes, portanto, responda com clareza e sinceridade a todas as perguntas que o seu médico lhe fizer. Com um diagnóstico correto, o médico pode informar os remédios necessários e a forma de proceder até o desaparecimento dos sintomas.

É importante manter em mente que a herpes não é uma doença que possua cura, portanto, caso você tenha um parceiro de longa data, ou até mesmo um parceiro fixo recente, é importante informar a condição com a doença para não trazer problemas futuros, afinal, ninguém quer ser a pessoa conhecida por passar DSTs para as outras.